quinta-feira, 11 de abril de 2013

Indicação: para análise


o método inovador nos Estados Unidos.

Abraços!

Aline Martins de Oliveira

Relatório: Educação Popular em Saúde


ALUNAS: Aline Áurea Santana Walles; Aline Martins de Oliveira; Janir Colombari; Marizeth Morais

         A palestra fora ministra por Professora Mestre Cristina, coordenadora do curso de saúde coletiva da UFMT, tendo como tema principal a educação e saúde, tendo em vista que ambos possuem fortes laços de ligação, principalmente quando se trate de educação popular em saúde.
       A professora iniciou o assunto pelo contexto histórico do país, citando que em 1904, no governo de Rodrigues Alves, a cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil, crescia desordenadamente, a coleta de lixo e rede de esgoto quando existia, era precária, ocasionando assim a proliferação de doenças, como tifo, Febre Amarela, Peste Bubônica, Varíola, e outras enfermidades. Realizando então, uma reforma no centro da cidade, implementando saneamento básico e urbanização, sob a chefia do biólogo e sanitarista Oswaldo Cruz, que juntamente com o prefeito Pereira Passos começam a reforma que inclui a demolição das favelas e cortiços, expulsando seus moradores para a periferia. A criação das Brigadas Mata-Mosquito composta por funcionários do serviço sanitário e policiais que invadiam as casas, matando os insetos encontrados, etc. Essas medidas tomadas causaram revolta na população e com a aprovação da Campanha da Vacinação Obrigatória, que obrigava as pessoas a serem vacinadas (os funcionários responsáveis pelo serviço tinham que vacinar as pessoas mesmo que elas não quisessem), a situação piorou. A população começou a fazer ataques à cidade, destruir bondes, prédios, trens, lojas, bases policiais, etc. Esse episódio da história brasileira ficou conhecido então como Revolta da Vacina.
        Vários modelos de saúde foram implantados no Brasil cada um com seu objetivo tais como:
      Modelo Previdencialista – cidadania regulada, o Estado é quem regula quem tem direito a saúde, ou seja, só tem direito e acesso à saúde quem tem carteira assinada.
        Modelo Sanitarista/ Campanhista – que consiste em fazer campanhas de prevenção a certas epidemias, onde os assistidos são em suma os pobres, pois se o pobre ficasse doente proliferaria uma epidemia e consequentemente prejudicaria a economia no Brasil.
       Modelo INPS (Lógica de Produtividade) – modelo que consiste na produtividade, quanto mais pessoas os hospitais internavam e quanto mais tempo permanecem internados, mais verba ganhava do Estado o que culminou na chamada Indústria da Loucura, pois neste modelo a real preocupação era com a quantidade e não com qualidade.
     Com todo esse caminho que a saúde foi percorrendo nada foi muito válido. Somente com a Constituição de 1988 em seu artigo 196 que foi efetivado o direito à saúde como um “direito de todos” e “dever do Estado” e está regulado pela Lei nº. 8.080/1990, a qual operacionaliza o atendimento público da saúde.
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. (Art.196,1988)

          Possuem como três princípios básicos: a universalidade, na qual todos têm direito; a integridade, que é ver a pessoa em todos os dimensões humanas; e equidade que é ver a pessoa diferente como diferente e que também possui uma diretriz importante e fundamental que é a participação popular.
O Brasil possui 2 (duas) vertente,  uma visão hospitalocêntrico e de saúde da família. A hospitalocêntrico tem o hospital como centro do cuidado e da atenção à saúde, mas hoje reconhece, mesmo que ainda de forma lenta, a saúde da família que é usada como estratégia, tendo como foco a família, a partir de um acolhimento e vínculo, sendo eixo da promoção da saúde e prevenção de doença, e possui como ferramentas fundamentais as visitas domiciliares e projetos terapêuticos, valorizando a educação em saúde.
Este novo modelo de saúde no Brasil procura considerar a sabedoria popular e dentro de uma nova perspectiva analisar o problema a partir da visão do sujeito, ou seja, olhar para o problema a partir da visão daquele que precisa de ajuda, levando em consideração o conhecimento popular. Rompe com o modelo tradicional e com o modo de educar centralizado na doença e na aquisição de hábitos e comportamentos da população. Rompe com o modelo de educação bancária que os profissionais da saúde ainda realizam, ao tentar analisar o problema de fora para dentro, sem levar em consideração o sujeito e suas especificidades. Rompe com o cientificismo dos profissionais da saúde, pois promove a integração do conhecimento científico com o conhecimento popular.
O novo modelo de saúde aplicado hoje no Brasil trabalha com os pressupostos de Paulo Freire que consiste em conhecer a realidade do sujeito levar em consideração o conhecimento do sujeito, analisar o sujeito em todas as suas dimensões sociocultural e histórico.
O objetivo central da saúde da família é conhecer através de equipes de profissionais da saúde a realidade local para criar vínculos de modo a observar, prevenir, cuidar e orientar. A partir daí reconhecemos algumas das contribuições das reflexões de Paulo Freire, sobre a importância de se conhecer o mundo através da teoria dialógica e que para assim haja a real transformação do mundo.
Paulo Freire (2004, p.165) propõe uma ação dialógica, um dialogo como fenômeno humano, tendo a palavra verdadeira que resultara numa práxis (ação e reflexão). Através do dialogo é que se inicia a busca do conteúdo de real necessidade local, surgindo assim os temas geradores, seguidas por características como: a co-laboração, a união, a organização e a síntese cultural, ou seja, na ação dialógica as massas são levadas para a transformação de si e do mundo.Para tanto são necessárias etapas para investigações dos temas geradores, iniciando com as pesquisas locais, diálogos com o pessoal local, planejamento e ação para o despertar a reflexão através das relações.
O foco central é realizado por uma ação que envolva sujeitos, e não objetos, a ação cultural dialógica, portanto, se realiza através do encontro de sujeitos, em co-laboração, que se voltam para a realidade mediatizadora para problematizá-la e desvelá-la. Confiar nas massas, em sua capacidade de conhecer a realidade e agir sobre ela, para o autor, educador e educando devem manter uma relação dialógica, pois, ambos educam entre si. Com o caso da educação popular em saúde, equipe de saúde e paciente devem manter uma relação dialógica.
Freire nos mostra que a verdadeira prática da liberdade acontece quando, através do diálogo, o povo entenda sua situação no mundo. Para ele, primeiramente devemos pesquisar “o campo” de trabalho, conhecer o povo, as suas culturas, os seus problemas e, através desses, surgem os temas geradores. Estes que são disponibilizados para despertar a relação dialógica homem-mundo de acordo com a sua experiência de vida, com a sua bagagem cultural.
O importante, do ponto de vista de uma educação libertadora, e não bancária, é que, em qualquer dos casos, os homens se sintam sujeitos de seu pensar, discutindo o seu pensar, sua própria visão do mundo, manifestada implícita ou explicitamente, nas suas sugestões e nas de seus companheiros. (FREIRE, 2004, p. 120)
Uma outra importância da educação popular é fazer a articulação entre a comunidade, profissionais da saúde e instituições acadêmicas de pesquisa e ensino que fará a disseminação do conhecimento.
A comunidade local faz parte da produção e construção de conhecimentos, são a partir daí que vemos as contribuições de Paulo Freire sobre a importância de uma educação conscientizadora para um transformação coletiva, e as vantagens de conhecer o ambiente de modo a verificar a real necessidade da população, e qual a sua atuação para provocar a transformação, quebrando paradigmas de uma educação bancaria, na qual alguns profissionais ainda insiste em apenas depositar conhecimentos, nem sempre relevantes e que não faz parte do cotidiano do lugar.
Como dificuldades na implementação do projeto a professora elenca motivos como: falta de participação do sujeito – público – alvo; aplicação do método; linguagem; rompimento do modelo tradicional de educação. E como facilidades são apontadas a receptividade; fácil implementação e parceiros como associações acadêmicas e ABRASCO. Neste projeto conhecimento científico e conhecimento popular se interligam, um faz parte do outro. Permitindo uma prática.
Para finalizar a palestra com a professora Cristina, debatemos sobre as disfunções do SUS, as precariedades de atendimento, que infelizmente são muitas, mas que também possui projetos de grandes pretensões que visão a qualidade, e um deles é através da relação de dialogo entre educação e saúde, por meio de parcerias entre instituições acadêmicas de pesquisa, participação popular e comprometimento dos profissionais da saúde.
“Para que seja efetiva tem que ser debatida”
Profª Cristina.

REFERENCIAS


FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. 38. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2004.

Relatório: “Manifesto dos pioneiros da Educação Nova”



ALUNO: Matheus Gimenez Pereira
O professor Gabriel Mograbi tratou do Manifesto de uma forma geral. Leu, comentou, fez muitas digressões e deixou muito de sua opinião em relação ao Manifesto.
Temos que pensar na história do momento quando falamos de Manifesto.
De inicio se destaca que o Manifesto é voltado para o povo e o governo e logo surge a indagação: Porque Paulo Freire não assinou o Manifesto? Simplesmente por que ele tinha apenas 11 anos de idade na data de sua construção.
Trata-se da Escola nova. O Manifesto traz uma mistura de ufanismo com esperança de melhoria do Brasil no futuro. Percebemos assuntos de evolução biológica, forças culturais, composição de marxismo com capitalismo, visão humanista.
Causa final – visão consequencialista de moral. Falta análise filosófica cultural de qual é nosso objetivo com a educação.
Apesar de tudo fala-se de concepção científica. Expõe que quem for da área de humanas deve saber da área de exatas (matemática), mas que do contrário não necessita se empenhar da outra.
Será que existe evolução social?
Evolução social é diferente de evolução biológica. Nós educamos por que nascemos desfuncionalizados, nascemos à beira da morte. O ser humano nasce mais potencializado e menos desenvolvido do qualquer outra espécie.
Precisamos de educação como processo de desenvolvimento. Mais se sabe, mais forte é.
O professor que embasa a ideia, o ideal por mais que seja escola nova. A escola tem que dar oportunidade para todas as classes. Educação normal e moderna.
Educação é desenvolvimento de vida, uma educação verbalista não tem conceito.
Porque laicidade? Cada qual tem sua religião, a escola não pode tornar-se centro de disputa religiosa. A gratuidade é para manter o direito de educação para todos e o rico não paga mensalidade por que contribui pagando mais nos impostos. É direito obrigatório para desenvolver. Mais que direito jurídico a educação é um direito biológico. E sem gratuidade o Estado não pode tornar o ensino obrigatório.
Na escola primária que se forma o cidadão por isso ela é fundamental para democracia e tem um grau de gravidade por sua extrema importância.
Na época se fazia necessário ter uma profissão técnica.
Precisa-se de escolas técnicas com visão inovadora, humanística. Escolas que criem uma nação com valores políticos e estéticos.
O ponto nevrálgico é a escola secundária, onde se tem variedades de tipos mentais.
A universidade tem de ser criadora e renovadora; um grande campo de formação de opinião, estética, política.
O professor ainda citou que Monteiro Lobato estava junto aos construtores do Manifesto, todavia por sua visão e postura mais retrógradas e conservadoras não é signatário do mesmo.

ALUNO: Felipe

·         O professor ressalta o valor dos planos nacionais de educação, embora defender que nao são bons planos, são os únicos que temos.
·         Diz o ENEM se configurar mais atualizado, democrático, culturalmente relevante, uma pequena "revolução" em relação ao vestibular
·         Ressalta que o Manifesto é dedicado ao povo, primeiramente, e depois ao governo.
·         Junção da idéia de evolução orgânica???
·         O Brasil não possui política de estado e sim de governo, é fragmentado e sem continuidade. O governo posterior se preocupa em deixar seu legado ao invés de dar continuidade ao desenvolvimento que já estava em andamento
·         Levanta-se a questão da sociedade ter a frente os direitos e depois seus deveres. Professor acrescenta que este problema se cruza com a educaçao, a problemática se reflete nos dois campos.
·         " A não separação do estado e sociedade é o câncer do catolicismo"
·         Vivemos um pais de nobres. "O problema do revolucionário, é o  revolucionário do coletivo"
·         O revolucionário que causa problema é aquele que não coloca o coletivo acima do individual.
·         O professor fala a respeito do clientelismo, da interferência das relações quanto ao exercício da função publica quando sofre interferência  das relações pessoais. "Aqui não se faz nada sem tomar um cafezinho com alguém" 
·         Problema da finalidade: falta de analise filosofia e social dos objetivos da educaçao.
·         Falta de uma cultura global de política universitária
·         Falou sobre o tardio desenvolvimento da educaçao no brasil, ressaltando que os doutores iam estudar em Coimbra, Portugal, enquanto aqui só se tinha o ensino médio. E lembrou da importancia dada pelos espanhois à educaçao, e que os estes em apenas 6 anos ja estavam fundando faculdade em suas colônias na América.
·         As universidades construídas na América espanhola ajudaram a fomentar o espirito republicano, ao contrario daqui, que foi tardio e que permaneceu o pensamento de império 
·         Questionamento acerca da evolução social: tratar a evolução social como evolução biológica.
·         Dividir e conquistar: o problema da fragmentação do sistema educacional. Cada um cuida de sua especificidade, assim divididos se é mais fácil de dominar pelas minoria que detem o poder e não fazem questão da resolução dos problemas existentes na parte maior e desfavorecida da sociedade.
·         Falou sobre a falta de insterdisciplinaridade, remetendo ao texto sobre o homem das exatas dos sociólogos.
·         A educaçao justificasse na disfuncionalização biológica do ser humano. O ser humano é o animal com maior potencial, porém o mais disfuncionalizado. A educaçao se justifica no desenvolvimento das potências do ser humano, da própria vida. A educaçao dá potência à vida, desenvolve, torna-a plena. 
·         A educaçao é um processo dinâmico, e não se constitui somente como escola. Deve-se juntar os bons valores da educação moderna com os da educaçao tradicional.
·         O professor trata sobre a exploração do potencial de cada um. Fala sob as zonas próximas de aprendizado. Lembra Wigothsky e sobre a condição precária do professor que tem que dar conta desta problemática tendo que dar aula em 3 períodos, devido à baixa remuneração, se vendo  sem ter tempo para elaboração de métodos eficientes para cada grupo de aprendizado
·         Fala sobre a importância do educador básico. A responsabilidade em direcionar aquele novo pupilo e sobre o problema da divisão da escola técnica e autoescola na questão social






















Relatório: Práticas de Leituras, Escrita e Letramento na Penitenciária Feminina em Cuiabá/MT , da visão da Professora e suas alunas


ALUNAS: MÁRCIA CORREA, NICOLINA ARRUDA, ROSANA SÁ.

         Este relatório está baseado no Trabalho em Mestrado realizado pela Aluna Luciana, formada em Letras no estado de São Paulo na cidade de Presidente Prudente, veio para o interior de Mato Grosso assumir um cargo de docente proveniente de concurso publico, a sua pesquisa tem como título: Práticas de Leituras, Escrita e Letramento na Penitenciária Feminina em Cuiabá/MT , da visão da Professora e suas alunas. Como conceito apresenta a definição de letramento como processo de aprendizado do uso da tecnologia da língua escrita. Bem como os métodos usados por Paulo Freire, no que diz respeito aos tipos de alfabetização alternativa. E ainda como ideia central foi mostrar que é possível trabalhar a alfabetização em ambiente diferencial, com pessoas de cultura também diferenciada. Foi apresentada ainda pela palestrante uma lista de Referencias Bibliográfica.
            No início foi apresentado um vídeo para sensibilização do assunto: Vida Maria, muito rica em ideias e interpretações de uma triste realidade, onde o ensino e a alfabetização são colocados de lado, por uma cultura onde o trabalho é prioritário.
            A palestrante Luciana, teve ainda a preocupação de falar e explicar a maneira de como (que se faz) fazer um projeto e a forma para conclusão (concluí-lo), com a apresentação do livro: A arte de pesquisar, do autor Goldenberg e ainda fez a leitura do Poema: Mulher vestida de gaiola.
            Como Palavras-Chave de seu trabalho, foram usadas: Penitenciária Feminina, Leitura e Escrita, Educação de Jovens e Adultos.
            Em seu primeiro capítulo, trouxe como título: Origem e contexto da pesquisa – A Escola de Chicago (Goldenberg, 2009, p.27), onde fala que se deve “Preparar o campo de pesquisa”, conhecer o ambiente onde você fará seu campo de pesquisa. A palestrante conta que vivenciou essa experiência ao chegar para fazer seu projeto, logo percebeu as dificuldades e desafios (que iria enfrentar), por se tratar de uma sala de aula com (composta por) brasileiras e bolivianas e ressaltou ainda o fato de (se tratar de) serem “alfabetização e ensino médio”. Comentou ainda a Prisão como um espaço diferenciado.
Conceitos: Fez ainda uma pequena explicação sobre o significado entre Alfabetização (aquisição do código escrito e habilidades de leitura) e Letramento (práticas sociais de uso da leitura e da escrita).
Trabalhar temas geradores que conduzam com a realidade vivida.
            Como objetivo geral de sua pesquisa foi O Lócus – Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May. Os dados foram coletados no ano de 2011. Na época da pesquisa estavam presas 293 detentas, sendo a capacidade do presídio para 180 detentas. A estrutura do presídio é dividida em vários setores que contam com: salão de cabeleireiro, enfermaria, cozinha, oficina de costura e alojamentos. Há uma separação entre as mulheres que cumprem penas por delitos com maior gravidade e as que possuem cursos superiores. (são separadas as mulheres que cumprem penas por delitos com maior gravidade e as que possuem cursos superiores). A estrutura no ambiente escolar consiste em duas salas de aula e uma biblioteca vinculada à sala de professores.
Sobre o público entrevistado para a realização da pesquisa:
- Sujeitos da pesquisa: professora, pedagoga que leciona a onze anos na unidade, situação profissional: vínculo empregatício através de contrato.
- Quatorze alunas do primeiro segmento na modalidade EJA.
Escola Nova Chance que tem a sede central localizada fora do presídio é uma Instituição Escolar que é de responsabilidade do Estado a sua manutenção e que mantém nos presídios suas filiais. Tendo como suporte técnico o CEFAPRO para a formação continuada de professores.
Problemática apresentada:
- Foi observada pela pesquisadora, a falta de um coordenador para acompanhar as filiais em vários municípios.
- Não tem uma efetivação da fusão entre teoria e a prática, ou seja, no que diz respeito ao aproveitamento dos dados pesquisados, uma medida interventiva para buscar melhorias.
- Professor Rodrigo sugeriu o uso dos dados coletados na pesquisa a serem aproveitados em curso de extensão.
- Os acompanhamentos dos processos são lentos, por vezes, há relatos de descasos e direitos não assegurados para as detentas.
- Na prisão existem mães encarceradas acompanhadas dos filhos menores, para isso há disponibilidade de creches para atendê-las.
- Iniciou-se ainda uma discussão, sobre a perda da identidade do indivíduo, no ambiente carcerário, onde foi sugerido pela palestrante o Livro Manicômios, Conventos e Prisões, GOFFMAN, Erving. Apresentou ainda alguns livros, como sugestões de leitura.
- A religiosidade é presente nesse ambiente de reclusão e tem grande participação, fato este que mostrou ser um problema na visão da pesquisadora. Pois, quando acontecem cultos nas segundas feiras muitas das alunas preferem acompanhar a cerimônia a participar das aulas.

Pontos ditos positivos:
- Existe atuação de várias religiões: católica, protestantes e espíritas. Observa-se o apego à fé, esperança de liberdade.
- Foi trabalhado sobre a arte em ambiente de reclusão: com trabalhos artesanais, reaproveitamento de materiais como as telhas de barro, ou seja, produção de artesanatos utilizando criatividade em práticas de sustentabilidade.
- Abordou a temática do filme vida de Maria, em seguida levantando várias questões que venham interferir na formação escolar das detentas:
·         Quais os motivos que aconteceram a esse grupo que não foi possível estudar.
·         Quais as condições sociais envolvidas nas histórias individuais de cada uma.
·         Mais da metade das detentas estão em idade de produção educacional, quais as políticas publicas estão sendo realizadas para enfrentar esse problema.
- Há oferta de cursos profissionalizantes, mas insuficientes em relação à demanda.

Contextualização:
Com a apresentação do seguinte tema: Prisão e Educação- Resgatando Cidadania com as letras, fazendo ainda algumas considerações sobre a Educação Popular. E no item 2.1 trouxe como título: Mulheres Encarceradas, Dilemas entre o trabalho e a Educação – Baseado nas Leis.
De início apresenta dados do INFOPEN: informações da população prisional. Foram apresentados alguns dados estatísticos, e apresentada à lei que assegura as detentas, direitos a assistência educacional, art.83/n°7.210/84 do código penal.
 A pesquisadora falou sobre o direito assegurado as detentas em redução das penas em atividades que dizem respeito a trabalhos bem como educacional-intelectual. Que equivale a um dia de pena para cada doze horas de freqüência escolar.
Educação no sistema prisional de Mato Grosso, através de decreto foi criado a escola Nova Chance, dados de 2011, em 16 municípios tinham 20 unidades prisionais. O numero de mulheres é bem maior em comparação com a quantidade de homens.
Em relação ao título: Reflexões sobre as práticas de leitura escrita e Letramento no contexto Prisional que teve o início na data de 05 de setembro de 2011. Porém, as aulas foram suspensas por ser dia de revista, o barú. Obs. mesmo não tendo aula os professores cumpriram o horário de aula

A religião foi percebida pela pesquisadora como algo negativo que interfere no desenvolvimento educacional das detentas.
Dentro deste item, foi observada a atuação religiosa como um fator muito forte dentro dos presídios, foi sugerido então que se contextualiza a Religião com a Alfabetização e Letramento, ou seja, utilizar a religião como prática de ensino.
A religião é mantida como ferramenta pela equipe dirigente como uma forma de manter as regras e disciplinar as detentas. Utilizada em forma de palestra, ex: sobre a vida de Cristo.
E em seu capítulo cinco, trouxe como tema: Histórias de vida e escolarização.
- Foi desenvolvido projeto em 07 de Agosto de 2012. Tendo como tema gerador: mulher.
- Nesse projeto foi utilizado como material, obra de arte e levantada várias questões sobre a mulher. Esse trabalho proporcionou reflexão em cada aluna (detenta), em seguida, cada uma apresentou seu trabalho feito em pinturas, desenvolvido de acordo com sua criatividade bem como a forma de expressar seus sentimentos em conseqüência das histórias vividas.
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Texto complementar 4


Frei Betto em conversa com Fidel Castro sobre Paulo Freire, disponível: Recuerdos de Cuba: à luz dos 52 anos de Revolução - Revista de Estudos Avançados-2011.

Descrevi meu trabalho em educação popular e o que significa a concepção metodológica dialética, que se contrapõe à metodologia bancária denunciada por Paulo Freire – e paradoxalmente ainda em voga, na época, em países socialistas. Considerei oportuno tocar no nome de Paulo Freire, injustamente “queimado” por comunistas brasileiros, inclusive em Cuba. alegavam que suas concepções eram idealistas, à luz da filosofia cristã e, portanto, inaceitáveis para quem assume a concepção materialista da natureza e da história. tais críticas baseavam-se numa leitura superficial de suas primeiras obras, como educação como prática da liberdade. sua evolução ideológica se reflete em Pedagogia do oprimido e Cartas à Guiné-Bissau. Mas os críticos ignoraram essas obras, ainda que seu método de educação popular e de alfabetização fosse adotado por países africanos recentemente libertados, e pela Nicarágua sandinista. “numa próxima viagem, fale disso com o ministro da educação e com os teóricos do Partido”, recomendou-me o dirigente cubano.

Capítulo 4: Conceitos



Invasão Cultural:
É a penetração que os invasores fazem no contexto cutural dos invadidos, impondo aos invadidos a visão de mundo dos invasores freando assim sua criatividade.
Invasores                                                     Invadidos
Modelam                                                     São modelados     
Alienam                                                       São alienados  
Optam                                                        Seguem a opção  
Atuam                                                        Tem uma ilusão que atam
 
Logo entendemos que a invasão cultural é o desrespeito e a subjugação da cultura do invadido modelando-a conforme a cultura do dominador.
 
Revolução cultural  toma a sociedade na sua reconstrução em totalidade... é o máximo de esforço da conscientização possível.
 
uma vez que a invasão cultural solapa a cultura dos invadidos , a revolução cultural empenha o máximo de esforço para não somente devolver
a identidade do ser invadido , das sociedades ou classes dominadas mas conscientizando-as para repelirem de dentro de si a presença do eu invasor que 
ficou introjetado no invadido .
 
Práxis revolucionária a liderança e a massa são uma unidade sem que a liderança perca sua ação de liderar para libertação de ambos.
 
Práxis das elites dominadoras faz uma distinção da liderança e das massas para poder suplanta-las.
 
Práxis verdadeira direito de dizer sua palavra e pensar certo sem interferência da invasão cultural.
 
* elaborado por Eliezer

Capítulo 4: Perguntas


1º)  Que ponto deveria  exigir daqueles realmente comprometidos com os oprimidos e a causa de sua libertação ?

2º)  Ação e Reflexão se dão simultaneamente?

3º)  Por que não fenecem as elites dominadoras ao não pensarem com as massas?

* elaborado por Nicolina 

Capítulo 4: Seleção de texto


A Teoria da Ação Antidialógica:*
       A tão conhecida afirmação de Lênin: Sem teoria revolucionária não pode haver movimento revolucionário” significa precisamente que não há revolução com verbalismos, nem tão pouco com ativismo, mas com práxis, portanto com reflexão e ação incidindo sobre as estruturas a serem transformadas. (Práxis: em seu sentido amplo é a atividade humana em sociedade e na natureza.)
       O esforço revolucionário de transformação radical destas estruturas não pode ter, na liderança, homens do quefazer (seu fazer é ação e reflexão) e nas massas oprimidas, homens reduzidos ao puro fazer. Pág. 168 – par. 6 e 7.
          Se uma liderança revolucionária, encarnando, desta forma, uma visão humanista – de um humanismo concreto e não abstrato - , pode ter dificuldades e problemas, muito maiores dificuldades e problemas terá ao tentar, por mais bem-intencionada que seja, fazer a revolução para as massas oprimidas. Isto é fazer uma revolução em que o com as massas é substituído pelo sem elas, porque trazidas ao processo através dos mesmos métodos e procedimentos usados para oprimi-las. Pág. 171 – par.28
        Estamos convencidos de que o diálogo com as massas populares é uma exigência radical de toda revolução autêntica. Pág. 172 – par. 29.
          O diálogo com as massas não é concessão, nem presente, nem muito menos uma tática a ser usada, como o sloganização o é, para dominar. O diálogo, como encontro dos homens para a “pronuncia” do mundo, é uma condição fundamental para a sua real humanização. Pág. 184 – par. 91
       Se “uma ação livre somente o é na medida em que o homem transforma seu mundo e a si mesmo, se uma condição positiva para a liberdade é o despertar das possibilidades criadoras humanas, se a luta por uma sociedade livre não o é a menos que, através dela, seja criado um sempre maior grau de liberdade individual” se há de reconhecer ao processo revolucionário o seu caráter eminentemente pedagógico.
           De uma pedagogia problematizante e não de uma “pedagogia” dos “depósitos”, “bancária”. Por isto é que o caminho da revolução é o da abertura às massas populares, não o do fechamento a elas. É o da convivência com elas, não o da desconfiança delas. Pág. 185 – par. 92

A Teoria da Ação Antidialógica e suas carcterísticas: A conquista, Dividir para manter a opressão, A manipulação e a Invasão Cultural

Conquista:
        O antidialógico, dominador, nas sua relações com o seu contrário o que pretende é conquistá-lo, cada vez mais, atráves de mil formas. Das mais duras às mais sutis. Das mais repressivas às mais adocicadas, como o paternalismo. Pág. 185 – par. 92
      O desejo de conquista, talvez mais que o desejo, a necessidade da conquista, acompanha a ação antidialógica em todos os seus momentos. Pág. 187 – par. 8
         Através dela e para todos os fins implícitos na opressão, os opressores se esforçam por matar nos homens a sua condição  de “ad-miradores” do mundo. Como não podem consegui-lo, em termos totais, é preciso, então mitificar o mundo. Pág. 187 – par. 9
        A falsa “ad-miração” não pode conduzir à verdadeira práxis, pois que é pura espectação das massas, que pela conquista, os opressores buscam obter por todos os meios. Massas conquistadas, massas espectadoras, passivas, gregarizadas. Por tudo isto, massas alienadas. Pág. 187 e 188 – par. 11

Dividir para manter a opressão:
Na medida em que as minorias, submetendo as maiorias a seu domínio, as oprimem, dividi-las e mantê-las divididas são condição indispensável à continuidade de seu poder. Pág. 190 – par. 02
Daí que toda ação que possa, mesmo incipientemente, proporcionar às classes oprimidas o despertar para que se unam é imediatamente freada pelos opressores através de métodos, inclusive, fisicamente violentos.
Conceitos, como os de união, de organização, de luta, são timbrados, sem demora, como perigosos. E realmente  o são, mas para os opressores. É que a praticização destes conceitos é indispensável à ação libertadora.
 Pág. 190 – par. 04 e 05
Manipulação:
Através da manipulação, as elites dominadoras vão tentando conformar as massas populares a seus objetivos. E, quanto mais imaturas, politicamente, estejam elas (rurais ou urbanas), tanto mais facilmente se deixam manipular pelas elites dominadoras que não podem querer que se esgote seu poder. Pág. 198 – par. 02
A manipulação, na teoria da ação antidialógica, tal como a conquista a que serve, tem de anestesiar as massas populares para que não pensem. Pág. 200 – par. 17
Invasão cultural:
Desrespeitando as potencialidades do ser a que condiciona, a invasão cultural é a penetração que fazem os invasores no contexto cultural dos invadidos, impondo a estes sua visão do mundo, enquanto lhes freiam a criatividade, ao inibirem sua expanção.
Neste sentido, a invasão cultural, indiscutivelmente alienante, realizada maciamente ou não, é sempre uma violência ao ser da cultura invadida, que perde sua originalidade ou se vê ameaçado de perdê-la. Pág. 205 – par. 02 e 03
O que distingue a liderança revolucionária da elite dominadora não são apenas seus objetivos, mas o seu modo de atuar distinto. Se atuam igualmente os objetivos se identificam.
Por esta razão é que afirmamos antes ser tão paradoxal que a elite dominadora problematize as relações homens-mundo aos oprimidos, quanto o é que a liderança revolucionária não o faça. Pág. 226 – par. 138 e 139

* elaborado por Márcia




CO-LABORAÇÃO* 

... na teoria dialógica da ação, os sujeitos se encontram para a transformação do mundo em co-laboração. 
Não há, portanto, na teoria dialógica da ação, um sujeito que domina pela conquista e um objeto dominado. Em lugar disto, há sujeitos que se encontram para a pronúncia do mundo, para a sua transformação. 
Isto não significa que, no quefazer dialógico, não haja lugar para a liderança revolucionária. 
Significa, apenas, que a liderança não é proprietária das massas populares... 
A importância de seu papel, contudo, não lhe dá o direito de comandar as massas populares, cegamente, para a sua libertação. (Freire,  2011, p. 227). 

A co-laboração, como característica da ação dialógica, que não pode dar-se a não ser entre sujeitos, ainda que tenham níveis distintos de função, portanto, de responsabilidade, somente pode realizar-se na comunicação. 
O diálogo, que é sempre comunicação, funda a co-laboração. 
A liderança revolucionária, comprometida com as massas oprimidas, tem um compromisso com a liberdade. E, precisamente porque o seu compromisso é com as massas oprimidas, para que se libertem, não podendo conquistá-las, mas conseguir sua adesão para a libertação.(Freire, 2011, p.228). 
... na co-laboração, exigida pela teoria dialógica da ação, os sujeitos dialógicos se voltam sobre a realidade mediatizadora que, problematizada, os desafia. 
Problematizar, porém, não é sloganizar, é exercer uma análise crítica sobre a realidade problema. 
...a teoria dialógica exige o desvelamento do mundo. 
...sua demitificação. 
...ninguém desvela o mundo ao outro ...é preciso que estes se tornem sujeitos do ato de desvelar. (Freire, 2011, p. 229). 

A confiança das massas na liderança implica a confiança que esta tenha nelas. 
A liderança há de confiar nas potencialidades das massas a quem não pode tratar como objetos de sua ação. Há de confiar em que elas são capazes de se empenhar na busca de sua libertação, mas há de desconfiar,... 
Desconfiar dos homens oprimidos, não é, propriamente, desconfiar neles enquanto homens, mas desconfiar do opressor “hospedado” neles. 
Desta maneira, quando Guevara chama a atenção ao revolucionário para a ”necessidade de desconfiar sempre - desconfiar do camponês que adere, do guia que indica os caminhos, desconfiar até de sua sombra", não esta rompendo a condição fundamental da teoria da ação dialógica. Está apenas sendo realista. (Freire, 2011, p. 230). 

...Guevara enfatiza a comunhão com o povo como era o momento decisivo para a transformação do que era uma “decisão espontânea e algo lírica, em uma força de distinto valor e mais serena”.  E explicita que, a partir daquela comunhão, os camponeses, ainda que não o percebessem, se fizeram “forjadores” de sua “ideologia revolucionária”. 
...foram exatamente humildade e a sua capacidade de amar que possibilitaram a sua “comunhão” com o povo. E esta comunhão, indubitavelmente dialógica, se fez co-laboração.(Freire, 2011, p.232). 
A comunhão provoca a co-laboração que leva liderança e massas áquela fusão a que se refere o grande líder recentemente desaparecido. Fusão que só existe se a ação revolucionária é realmente humana, por isto, simpática, amorosa, comunicante, humilde, para ser libertadora. 
A revolução é biófila, é criadora de vida, ainda que, para criá-la, seja obrigada a deter vidas que proíbem a vida. (Freire, 2011, p. 232). 



Unir para a libertação 
...a liderança se obriga ao esforço incansável da união dos oprimidos entre si, e deles com ela, para a libertação.(Freire, 2011, p.234). 
O problema central que se tem nesta, como em qualquer das categorias da ação dialógica, é que nenhuma delas se dá fora da práxis. 
...Enquanto que, para a elite dominadora, a sua unidade interna, que lhe reforça e organiza o poder, implica a divisão das massas populares, para a liderança revolucionária, a sua unidade só existe na unidade das massas entre si e com ela. (Freire, 2011, p. 235). 

O objetivo da ação dialógica está,... em proporcionar que os oprimidos, reconhecendo o porque e o como de sua “aderência”, exerçam um ato de adesão a práxis verdadeira de transformação da realidade injusta. 
Significando a união dos oprimidos, a relação solidária entre eles não importam os níveis reais em que se encontrem como oprimidos, implica também, indiscutivelmente,  consciência de classe. (Freire, 2011, p. 237). 
            A união dos oprimidos é um quefazer que se dá no domínio do humano e não no das coisas.(Freire, 2011, p238). 

Para que os oprimidos se unam entre si, é preciso que cortem o cordão umbilical, de caráter mágico e mítico, através do qual se encontram ligados ao mundo da opressão. 
Esta é a razão por que, realmente indispensável ao processo revolucionário, a união dos oprimidos exige deste processo que ela seja, desde seu começo, o que deve ser: ação cultural. 
Ação cultural, cuja prática para conseguir a unidade dos oprimidos vai depender da experiência história e existencial que eles estejam tendo, nesta ou naquela estrutura. 
As formas de ação cultural, em situações distintas como estas, têm, contudo, o mesmo objetivo: aclarar aos oprimidos a situação objetiva em que estão, que é mediatizadora entre eles e os opressores, visível ou não. (Freire, 2011, p. 239). 

Organização 
A organização não apenas está diretamente ligada á sua unidade, mas é um desdobramento natural desta unidade das massas populares.(Freire, 2100, p.240). 
O testemunho, na teoria dialógica da ação, é uma das conotações principais do caráter cultural e pedagógico da revolução. 
Todo testemunho autentico, por isto crítico, implica ousadia de correr riscos – um deles, o de nem sempre a liderança conseguir de imediato, das massas populares, a adesão esperada. (Freire, 2011, p. 241). 

...É que, na medida em que o testemunho não é um gesto no ar, mas uma ação, um enfrentamento, com o mundo e com os homens, não é estático. É algo dinâmico, que passa a fazer parte da totalidade do contexto da sociedade em que se deu. 
...Assim como, na ação anti-dialógica, a manipulação serve à conquista, na dialógica, o testemunho, ousado e amoroso, serve à organização. Esta, por sua vez, não apenas está ligada à união das massas populares como é um desdobramento natural desta união. 
Por isto é que afirmamos: ao buscar a união, a liderança já busca, igualmente, a organização das massas populares.9Freire, 2011, p.242). 
É verdade que, sem liderança, sem disciplina, sem ordem, sem decisão, sem objetivos, sem tarefas e cumprir e contas a prestar, não há organização e, sem esta, se dilui a ação revolucionária. Nada disso, contudo, justifica o manejo das massas populares, a sua “coisificação”. (Freire, 2011, p. 243). 

A teoria dialógica da ação nega o autoritarismo como nega a licenciosidade. E, ao fazê-lo, afirma a autoridade e a liberdade. 
Reconhece que, se não há liberdade sem autoridade, não há também esta sem aquela.(Freire, 2011, p.244). 
Na teoria da ação dialógica, portanto, a organização, implicando autoridade, não pode ser autoritária; implicando liberdade, não pode ser licenciosa. 

Síntese Cultural 
A ação cultural ou está a serviço da dominação – consciente ou inconscientemente por parte de seus agentes – ou está a serviço de libertação dos homens.  (Freire, 2011, p. 245). 
O que pretende a ação cultural dialógica,...ão pode ser o desaparecimento da dialeticidade permanência-mudança ( o que seria impossível, pois que tal desaparecimento implicaria o desaparecimento da estrutura social mesma e o desta, no dos homens) mas superar as contradições antagônicas de que resulte a libertação dos homens.(Freire, 2011, p.246). 
...Na síntese cultural, onde não há expectadores, a realidade a ser transformada para a libertação dos homens é a incidência da ação dos atores. 
Isto implica que a síntese cultura é a modalidade de ação com que, culturalmente, se fará frente à força da própria cultura, enquanto mantenedora das estruturas em que se forma. (Freire,2011, p. 247). 

Neste sentido é que toda revolução, se autentica, tem de ser também revolução cultural. 
A investigação dos temas geradores ou da temática significativa do povo, tendo como objetivo fundamental a captação dos seus temas básicos, só a partir de cujo conhecimento é possível a organização do conteúdo programático para qualquer ação com ele, se instaura como ponto de partida do processo da ação, como síntese cultural. 
Daí que seja possível dividir, em dois, os momentos deste processo: o da investigação temática e o da ação como síntese cultural. 
Deste modo, esta separação ingênua significaria que a ação, como síntese, partiria da ação como invasão.(Freire, 2011, p.248). 
Como, na síntese cultural, não há invasores, não há modelos impostos, os atores, fazendo da realidade do objeto de sua análise crítica, jamais dicotomizada da ação, se vão inserindo no processo histórico, como sujeitos. 
A síntese cultural não nega as diferenças entre uma visão e outra, pelo contrário, se funda nelas. O que ele nega é a invasão de uma pela outra. O que ela afirma é o indiscutível subsídio que uma dá à outra. (Freire, 2011, p. 249). 

Todo o nosso esforço neste ensaio foi falar desta coisa óbvia: assim como o opressor, para oprimir, precisa de uma teoria da ação opressora, os oprimidos, para se libertarem, igualmente necessitam de uma teoria de ação. 
O opressor elabora a teoria de sua ação necessariamente sem o povo, pois que é contra ele. 
O povo, por sua vez, enquanto esmagado e oprimido, introjetando o opressor, não pode, sozinho, constituir a teoria de sua ação libertadora. Somente no encontro dele com a liderança revolucionária, na comunhão de ambos, na práxis de ambos, é que esta teoria se faz e se re-faz. (Freire, 2011, p.252). 

*elaborado por Janir Colombari