Referência:
Pedagogia do Oprimido. 42 ed. rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2005
PRIMEIRAS
PALAVRAS
p.
24, nota 2 (Hegel)
And it is solely by
risking life that freedom is obtained... The individual, who has not staked his
life may, no doubt, be recognized as a person; but he has not attained the
truth of this recognition as an independent self-consciousness
E
é apenas arriscando a vida que a liberdade é obtida... O indivíduo que não apostou
sua vida pode, sem dúvida, ser reconhecido como uma pessoa, mas ele não
alcançou a verdade desse reconhecimento como uma auto-consciência independente.
CAPÍTULO
1
p.
39, nota 4 (Hegel)
The truth of the
independent consciousness is (accordingly) the consciousness of the bondsman
A
verdade da consciência independente é (nesse sentido) a consciência do servo.
p.
40, nota 5 (Hegel)
the one is independent,
and its essential nature is to be for itself; the other is dependent and its
essence is life or existence for another. The former is the Master, or Lord,
the latter the Bondsman
um
é independente e sua natureza essencial é ser-para-si, o outro é dependente e
sua essência é a vida ou a existência para o outro. O primeiro é o Mestre, ou
Senhor, este último o Servo.
p.
44, nota 8 (Lukács) [no corpo do texto]
Il doit, pour employer
les mots de Marx, expliquer aux masses leur propre action non seulement afin
d’assurer la continuité des expériences revolutionnaires du prolétariat, mais
aussi d’activer consciemment le développement ultérieur de ces expériences
ele
deve, nas palavras de Marx, explicar às massas a sua própria ação, não só para
assegurar a continuidade das experiências revolucionárias do proletariado, mas
também para ativar conscientemente o desenvolvimento posterior dessas experiências.
p.
56, nota 19 (Memmi)
How could the colonizer
look after his workers while periodically gunning down a crowd of the colonized? How could the colonized deny
himself so cruelly yet make such excessive demands? How could he hate the
colonizers and yet admire them so passionately? (I too felt this admiration,
diz Memmi, in spite of myself)
Como
o colonizador podia, ao mesmo tempo, cuidar de seus trabalhadores e metralhar
periodicamente uma multidão colonizada? Como o colonizado podia, ao mesmo
tempo, se recusar tão cruelmente e se assumir de maneira tão excessiva? Como
ele podia ao mesmo tempo detestar o colonizador e admirá-lo apaixonadamente?
(Aquela admiração que, diz Memmi, apesar de tudo, eu sentia em mim).
CAPÍTULO
2
p.
76, nota 8 (Niebuhr) [no corpo do texto]
the violence of a
strike by workers and (can) call upon the state in the same breath to use
violence in putting down the strike
a
violência de uma greve de trabalhadores e (podem) requerer ao Estado, no mesmo
instante, o uso da violência para pôr abaixo a greve
p.
77, nota 9 (Jaspers)
The reflexion of
consciousness upon itself is as self-evident and marvelous as is its
intentionality. I am at myself; I am both one and twofold. I do not exist as
thing exists, but in an inner split, as my own object, and thus in motion and
inner unrest
A
reflexão da consciência sobre si mesma é tão auto-evidente e admirável quanto é
sua intencionalidade. Eu estou em mim mesmo; eu sou tanto eu quanto um duplo. Eu
não existo como uma coisa existe, mas numa cisão interna, como o meu próprio
objeto e, portanto, como movimento e agitação interior.
CAPÍTULO
3
p.
97, nota 8 (Mao)
Vous savez que je
proclame depuis longtemps: nous devons enseigner aux masses avec précision ce
que nous avons reçu d’elles avec confusion.
Você
sabe o que eu digo há muito tempo: devemos ensinar às massas com precisão exatamente
o que delas recebemos de maneira confusa.
p.
98, nota 10 (Mao)
Pour établir une
liaision avec les masses, nous devons nous conformer a leurs désirs. Dans tout
travail pour les masses, nous devons partir de leurs besoins, et non de nos
propres désirs, si louables soient-ils. Il arrive souvent que les masses aient
objetivement besoin de telles ou telles transformations, mais que subjetivement,
elles ne soient conscients de ce besoin, qu’elles n’aient ni la volonté ni le
désir de les réaliser; dans ce cas, nous devons attendre avec patience; c’est
seulement lorsque, à la suite de note travail, les masses seront, dans leurs
majorité conscients de la nécessité de ces transformations, lorsqu’elles auront
la volonté et le désir de les faire aboutir ou’on pourra les realiser; sinon,
l’on risque de se couper des masses. (...) Deux principes doivent nous guider:
premièrement, les besoins réels des masses et non les besoins nés de notre
imagination; deuxiement, les désir librement exprimé par les masses, les
resolutions quelles ont prises elles memes et non celles que nous prenons à
leur place.
Para
estabelecer uma ligação com as massas, temos de nos conformar aos seus desejos.
Em todo o trabalho para as massas nós devemos partir de suas necessidades, e
não dos nossos próprios desejos, mesmo se eles são louváveis. Acontece muitas
vezes que as massas têm objetivamente necessidade de tais e tais transformações,
mas que subjetivamente elas não estão conscientes dessas necessidades, elas não
têm nem a vontade nem o desejo de realizá-las; neste caso devemos esperar com
paciência, é apenas quando, na sequência do desenvolvimento do trabalho, as
massas estiverem em sua maioria conscientes da necessidade dessas transformações,
quando elas tiverem a vontade e o desejo de fazê-las que se poderá realizá-las;
senão, corre-se o risco de separar-se das massas. (...) Dois princípios devem nos
guiar: primeiro, as necessidades reais das massas e não as necessidades
nascidas da nossa imaginação; em segundo lugar, o desejo livremente expresso
pelas massas, as resoluções que são tomadas por elas mesmas e não aquelas que nós
tomamos em seu lugar.
p.
124, nota 28 (L. Goldman) [no corpo do texto]
Real consciousness is
the result of the multiple obstacles and deviations that the different factors
of empirical reality put into opposition and submit for realization by this
potential consciousness
A
consciência real resulta de múltiplos obstáculos e desvios que os diferentes
fatores da realidade empírica opõem e infligem à realização dessa consciência [máxima]
possível.
CAPÍTULO
4
p.
148, nota 6 (L. Goldman)
The epochs during which
the dominant classes are stable, epochs in which the worker’s movement must
defend itself against a powerful adversary, which is occasionally threatening
and is in every case solidly seated in power, produce naturally a socialist literature
which emphasizes the ‘material’ element of reality, the obstacles to be
overcome, and the scant efficacy of human awareness and action
As
épocas em que as classes dominantes são estáveis, épocas em que o movimento dos
trabalhadores deve se defender contra um adversário poderoso, que é uma ameaça constante
e que está solidamente assentado no poder, produzem naturalmente uma literatura
socialista que enfatiza o elemento «material» da realidade, os obstáculos a
serem superados, e a reduzida eficácia da consciência e ação humanas.
p.
156, nota 13 (Petrovic)
A free action (diz Gajo
Petrovic), can only be one by which a man changes his world and himself. (...)
A positive condition of freedom is the knowledge of the limits of necessity,
the awareness of human creative possibilites. (...) The struggle for a free
society is not a struggle for a free society unless through it an ever greater
degree of individual freedom is created
Uma
ação livre (diz Gajo Petrovic) é apenas aquela pela qual um homem muda o seu
mundo e a si mesmo. (...) Uma condição positiva da liberdade é o conhecimento
dos limites da necessidade, a consciência humana das possibilidades criativas.
(...) A luta por uma sociedade livre não é uma luta por uma sociedade livre a menos
que por ela um grau cada vez maior de liberdade individual seja criado.
p.
160, nota 16 (Memmi)
By his accusation (diz
Memmi, referindo-se ao perfil que o colonizador faz do colonizado), the
colonizer establishes the colonized as being lazy. He decides that lazinesse is
constitutional in the very nature of the colonized.
Por
sua incriminação (diz Memmi, referindo-se ao perfil que o colonizador faz do colonizado),
o colonizador estabelece o colonizado como sendo preguiçoso. Ele decide que a
preguiça é constitutiva da própria natureza do colonizado.
p.
182, nota 32 (Althusser)
Cette réactivation
serait proprement inconcevable dans une dialeticque dépourvue de
surdétermination
Esta
reativação seria propriamente inconcebível numa dialética desprovida de
sobredeterminação.