quinta-feira, 11 de abril de 2013

Relatório: Práticas de Leituras, Escrita e Letramento na Penitenciária Feminina em Cuiabá/MT , da visão da Professora e suas alunas


ALUNAS: MÁRCIA CORREA, NICOLINA ARRUDA, ROSANA SÁ.

         Este relatório está baseado no Trabalho em Mestrado realizado pela Aluna Luciana, formada em Letras no estado de São Paulo na cidade de Presidente Prudente, veio para o interior de Mato Grosso assumir um cargo de docente proveniente de concurso publico, a sua pesquisa tem como título: Práticas de Leituras, Escrita e Letramento na Penitenciária Feminina em Cuiabá/MT , da visão da Professora e suas alunas. Como conceito apresenta a definição de letramento como processo de aprendizado do uso da tecnologia da língua escrita. Bem como os métodos usados por Paulo Freire, no que diz respeito aos tipos de alfabetização alternativa. E ainda como ideia central foi mostrar que é possível trabalhar a alfabetização em ambiente diferencial, com pessoas de cultura também diferenciada. Foi apresentada ainda pela palestrante uma lista de Referencias Bibliográfica.
            No início foi apresentado um vídeo para sensibilização do assunto: Vida Maria, muito rica em ideias e interpretações de uma triste realidade, onde o ensino e a alfabetização são colocados de lado, por uma cultura onde o trabalho é prioritário.
            A palestrante Luciana, teve ainda a preocupação de falar e explicar a maneira de como (que se faz) fazer um projeto e a forma para conclusão (concluí-lo), com a apresentação do livro: A arte de pesquisar, do autor Goldenberg e ainda fez a leitura do Poema: Mulher vestida de gaiola.
            Como Palavras-Chave de seu trabalho, foram usadas: Penitenciária Feminina, Leitura e Escrita, Educação de Jovens e Adultos.
            Em seu primeiro capítulo, trouxe como título: Origem e contexto da pesquisa – A Escola de Chicago (Goldenberg, 2009, p.27), onde fala que se deve “Preparar o campo de pesquisa”, conhecer o ambiente onde você fará seu campo de pesquisa. A palestrante conta que vivenciou essa experiência ao chegar para fazer seu projeto, logo percebeu as dificuldades e desafios (que iria enfrentar), por se tratar de uma sala de aula com (composta por) brasileiras e bolivianas e ressaltou ainda o fato de (se tratar de) serem “alfabetização e ensino médio”. Comentou ainda a Prisão como um espaço diferenciado.
Conceitos: Fez ainda uma pequena explicação sobre o significado entre Alfabetização (aquisição do código escrito e habilidades de leitura) e Letramento (práticas sociais de uso da leitura e da escrita).
Trabalhar temas geradores que conduzam com a realidade vivida.
            Como objetivo geral de sua pesquisa foi O Lócus – Penitenciária Feminina Ana Maria do Couto May. Os dados foram coletados no ano de 2011. Na época da pesquisa estavam presas 293 detentas, sendo a capacidade do presídio para 180 detentas. A estrutura do presídio é dividida em vários setores que contam com: salão de cabeleireiro, enfermaria, cozinha, oficina de costura e alojamentos. Há uma separação entre as mulheres que cumprem penas por delitos com maior gravidade e as que possuem cursos superiores. (são separadas as mulheres que cumprem penas por delitos com maior gravidade e as que possuem cursos superiores). A estrutura no ambiente escolar consiste em duas salas de aula e uma biblioteca vinculada à sala de professores.
Sobre o público entrevistado para a realização da pesquisa:
- Sujeitos da pesquisa: professora, pedagoga que leciona a onze anos na unidade, situação profissional: vínculo empregatício através de contrato.
- Quatorze alunas do primeiro segmento na modalidade EJA.
Escola Nova Chance que tem a sede central localizada fora do presídio é uma Instituição Escolar que é de responsabilidade do Estado a sua manutenção e que mantém nos presídios suas filiais. Tendo como suporte técnico o CEFAPRO para a formação continuada de professores.
Problemática apresentada:
- Foi observada pela pesquisadora, a falta de um coordenador para acompanhar as filiais em vários municípios.
- Não tem uma efetivação da fusão entre teoria e a prática, ou seja, no que diz respeito ao aproveitamento dos dados pesquisados, uma medida interventiva para buscar melhorias.
- Professor Rodrigo sugeriu o uso dos dados coletados na pesquisa a serem aproveitados em curso de extensão.
- Os acompanhamentos dos processos são lentos, por vezes, há relatos de descasos e direitos não assegurados para as detentas.
- Na prisão existem mães encarceradas acompanhadas dos filhos menores, para isso há disponibilidade de creches para atendê-las.
- Iniciou-se ainda uma discussão, sobre a perda da identidade do indivíduo, no ambiente carcerário, onde foi sugerido pela palestrante o Livro Manicômios, Conventos e Prisões, GOFFMAN, Erving. Apresentou ainda alguns livros, como sugestões de leitura.
- A religiosidade é presente nesse ambiente de reclusão e tem grande participação, fato este que mostrou ser um problema na visão da pesquisadora. Pois, quando acontecem cultos nas segundas feiras muitas das alunas preferem acompanhar a cerimônia a participar das aulas.

Pontos ditos positivos:
- Existe atuação de várias religiões: católica, protestantes e espíritas. Observa-se o apego à fé, esperança de liberdade.
- Foi trabalhado sobre a arte em ambiente de reclusão: com trabalhos artesanais, reaproveitamento de materiais como as telhas de barro, ou seja, produção de artesanatos utilizando criatividade em práticas de sustentabilidade.
- Abordou a temática do filme vida de Maria, em seguida levantando várias questões que venham interferir na formação escolar das detentas:
·         Quais os motivos que aconteceram a esse grupo que não foi possível estudar.
·         Quais as condições sociais envolvidas nas histórias individuais de cada uma.
·         Mais da metade das detentas estão em idade de produção educacional, quais as políticas publicas estão sendo realizadas para enfrentar esse problema.
- Há oferta de cursos profissionalizantes, mas insuficientes em relação à demanda.

Contextualização:
Com a apresentação do seguinte tema: Prisão e Educação- Resgatando Cidadania com as letras, fazendo ainda algumas considerações sobre a Educação Popular. E no item 2.1 trouxe como título: Mulheres Encarceradas, Dilemas entre o trabalho e a Educação – Baseado nas Leis.
De início apresenta dados do INFOPEN: informações da população prisional. Foram apresentados alguns dados estatísticos, e apresentada à lei que assegura as detentas, direitos a assistência educacional, art.83/n°7.210/84 do código penal.
 A pesquisadora falou sobre o direito assegurado as detentas em redução das penas em atividades que dizem respeito a trabalhos bem como educacional-intelectual. Que equivale a um dia de pena para cada doze horas de freqüência escolar.
Educação no sistema prisional de Mato Grosso, através de decreto foi criado a escola Nova Chance, dados de 2011, em 16 municípios tinham 20 unidades prisionais. O numero de mulheres é bem maior em comparação com a quantidade de homens.
Em relação ao título: Reflexões sobre as práticas de leitura escrita e Letramento no contexto Prisional que teve o início na data de 05 de setembro de 2011. Porém, as aulas foram suspensas por ser dia de revista, o barú. Obs. mesmo não tendo aula os professores cumpriram o horário de aula

A religião foi percebida pela pesquisadora como algo negativo que interfere no desenvolvimento educacional das detentas.
Dentro deste item, foi observada a atuação religiosa como um fator muito forte dentro dos presídios, foi sugerido então que se contextualiza a Religião com a Alfabetização e Letramento, ou seja, utilizar a religião como prática de ensino.
A religião é mantida como ferramenta pela equipe dirigente como uma forma de manter as regras e disciplinar as detentas. Utilizada em forma de palestra, ex: sobre a vida de Cristo.
E em seu capítulo cinco, trouxe como tema: Histórias de vida e escolarização.
- Foi desenvolvido projeto em 07 de Agosto de 2012. Tendo como tema gerador: mulher.
- Nesse projeto foi utilizado como material, obra de arte e levantada várias questões sobre a mulher. Esse trabalho proporcionou reflexão em cada aluna (detenta), em seguida, cada uma apresentou seu trabalho feito em pinturas, desenvolvido de acordo com sua criatividade bem como a forma de expressar seus sentimentos em conseqüência das histórias vividas.
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